Diversificação Alimentar ou Alimentação Complementar

Quando os bebés começam a chegar por volta dos quatro meses, ou até antes, os pais começam a preocupar-se bastante sobre a introdução dos sólidos. É nesta altura que começa um pequeno novo desafio para os bebés, mas também para os pais. Surgem sempre aquelas questões dos engasgamentos, das várias formas dar a conhecer os alimentos e claro, se o bebé irá aceitar bem todas estas mudanças.

Por tudo o disse anteriormente, e porque essas também foram as minhas dúvidas na altura da diversificação alimentar, convidei a Dra. Cláudia Silva dá página do Instagram @sweetisastateofmind para vos falar um pouco sobre as últimas recomendações pediátricas a nível mundial e europeu.

 

O que é?

A diversificação alimentar ou alimentação complementar - ao que vulgarmente também chamamos de introdução dos sólidos - é o processo em que o bebé começa a consumir outros alimentos que não o leite materno ou fórmula artificial para lactentes. Dura até ser capaz de fazer uma alimentação semelhante à dos adultos, por volta dos 12 meses.

 

Como se faz em Portugal?

Depende de quem aconselhar! Existem grandes variações nas recomendações. Há quem recomende começar pela papa ou pela sopa. Há quem opte por evitar alimentos alergénicos ou quem aconselhe introduzir desde início, tudo líquido ou BLW

 

O que dizem as Sociedades Pediátricas e a OMS?

  • A ESPGHAN recomenda (baseada na realidade europeia - a percentagem de mulheres que amamenta em exclusivo até aos 6 meses é uma minoria na Europa) começar a diversificação alimentar a partir dos quatro meses (o desenvolvimento renal e gastrointestinal é adequado e já têm capacidade motora adequada). A OMS (baseada na realidade mundial, talvez motivada pela escassez de alimentos de algumas regiões?) recomenda a amamentação exclusiva até aos 6 meses por fornecer todas as calorias, proteínas e vitaminas (excepto vitamina K e D).
  • A introdução de alimentos não diminui a capacidade de continuar a amamentar;
  • Atrasar a alimentação complementar não previne obesidade, não afecta o QI, não previne alergias, doença celíaca ou diabetes tipo 1 e pode criar défices nutricionais importantes.

 

Como começar?

  • A diversificação alimentar deve respeitar as tradições e expectativas da família, mas fornecer variadas texturas e sabores, incluindo vegetais verdes amargos: a preferência pelo sabor doce é inata, mas a aceitação de outros alimentos saudáveis (por vezes amargos) pode ser desenvolvida.
  • Não importa com que alimento se começa, importa a exposição a uma variedade de alimentos, a cada 3 a 5 dias de forma a avaliar eventuais reações alérgicas, e ir progredindo na textura (cada vez menos líquida, tendo em conta o desenvolvimento da criança e risco de engasgamento).
  • A introdução precoce de alimentos alergénicos é segura.

 

Em suma, podemos dizer que a diversificação alimentar deve começar de forma gradual e simples. É algo novo para o bebé e devemos respeitar o seu tempo de adaptação e descoberta. Por isso também se torna tão importante dar a conhecer diversos sabores e texturas, para que desenvolva o seu palato e gosto.

Existem muitas formas de começar, diferentes aconselhamentos dos médicos, embora as evidências nos mostrem que, o importante é mesmo diversificar, experimentar e dar a conhecer.

Tenham sempre em consideração que o bebé irá desenvolver o seu gosto pessoal por determinados alimentos em prol de outros e está tudo bem com isso. Ajudem os bebés a descobrir os alimentos de forma positiva e tornem as refeições num momento divertido e relaxante, isso é muito importante.  

 

prato ventosa we might be tiny

 

Por Dra. Cláudia Silva, Medicina Geral e Familiar

 

 

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